A liquidez das tragédias

Procuro notícias de Brumadinho. Difícil achar qualquer novidade. Só atualizam o número de mortos. Os “novos” vídeos e depoimentos, como em círculo vicioso, já foram e serão reproduzidos e compartilhados centenas e centenas de vezes. Como não se abalar com uma cena dessas?!? E aquele carro, meu Deus? E aquele maquinista??? Não há para onde fugir, e o desespero é em vão. Como não evitaram tudo isso?!? E, mesmo em meio a momentos dramáticos, há aqueles que querem vender seu produto: “Você poderá pular esse anúncio em 30 segundos”. Um insulto, uma vergonha, um desrespeito.

As notícias que antes, com grandes manchetes, ocupavam as primeiras páginas, agora precisam ser caçadas em pequenos links apresentados junto a outras tantas chamadas. O “Big Brother” real é trágico, cruel e impiedoso. Difícil assistir às cenas. “Não tenho estômago para isso... Quem está mesmo disputando o paredão?”, “Elegeram esse homem de novo?!? Agora danou-se! Estamos perdidos...”. Será conveniente chamar isso de tragédia política? Ou seria uma tragédia moral?

Tragédias familiares, ambientais, políticas... pouco a pouco, mudam-se os protagonistas. Também aos poucos, os barulhos dos helicópteros e os gritos mudos de justiça e revolta são substituídos pelos pandeiros e surdos das baterias. O que não é “líquido” hoje em dia? O povo brasileiro é um povo festivo, que não se deixa abater com qualquer desgraça. E os que se foram? Entram para as estatísticas. Ficam nas lembranças, na história e, por um tempo, na memória. Sepultados na terra, escondidos na lama.

Quantos morreram? O país morre pouco a pouco pela ganância de homens de todas as áreas, em todas as áreas.

Começam os ensaios para o desfile de março! É carnaval!

Nem tudo convém...

Qualquer pessoa é livre para tomar decisões e se acha no direito de fazer o que bem entender de sua vida. Mesmo sendo cristã, ela pode usar de seu livre-arbítrio para tomar decisões fora da vontade de Deus ou contrárias à Sua Palavra, baseando-se em conceitos mundanos como: "A vida é minha, faço o que quiser com ela", Na minha vida, mando eu" ou "Meu corpo, minha decisão". Contudo, não é esse o ideal cristão...

Como professores e/ou pais, temos muito contato com crianças e, consequentemente, muita influência sobre elas. Assim, não podemos levá-las ao erro, sermos "pedras de tropeço", permitindo que interpretem equivocadamente as Escrituras ou a tenham como algo a ser cumprido relativamente. Não podemos ensinar uma coisa e praticar outra. Tampouco fazer algo que "é lícito, mas não convém". As crianças, especialmente de pouca idade, não compreenderão que utilizamos de nosso livre-arbítrio para fazer algo que a Bíblia condena ou recomenda que não façamos. Elas simplesmente concluirão que, se o professor ou pai fez, é porque pode fazer.

Abrir mão da vontade própria e de algumas vaidades é um preço a ser pago por pais e aqueles que têm como chamado (ou escolhem) estar à frente dos pequeninos. Tanto em palavras, quanto em postura e atitudes, nosso "eu" precisa diminuir ao máximo, ser o menor possível. O intuito é (deveria ser) refletir a Cristo e ter um padrão de vida aprovado por Ele, conformado à Sua Palavra.

"Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe. Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar " (Mateus 18:4-6).

Às vezes, não refletimos sobre as consequências de nossas escolhas, para as crianças e para nós mesmos.

Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra.

"Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra". Is 1.19

"Se quiserdes e me ouvirdes"... Não basta querer, é preciso ouvir o que o Senhor diz, e Ele diz para mudarmos, deixarmos o pecado arrependidos:

"Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva" (v. 16,17).

É preciso mudar. Quando há esse desejo em nosso coração, Ele promete:

"[...] ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã" 

(v. 18).

Contudo, se formos rebeldes, recusando-nos a ouvi-lO, sofreremos as consequências: "sereis devorados à espada; pois a boca do Senhor o disse". Esta é a continuação do versículo 19. O versículo 20, que poucos leem.

Feliz 2017!

2016 foi um ano difícil para muitos (inclusive para mim). Passamos por situações e dificuldades que jamais imaginaríamos enfrentar. Mas... acabou, e estamos aqui. Continuamos crendo que Deus, o Todo-poderoso, tem controle sobre tudo e que Seus planos e pensamentos a nosso respeito, algumas vezes incompreensíveis, são sempre maiores e melhores do que os nossos.

Contudo, em 2017 o diabo não dará folga. Ele continuará nos atormentando, fazendo de tudo para abalar, minar e destruir a nossa fé. Criará situações para nos confundir, afastar-nos da igreja, dos irmãos, da comunhão; para nos desanimar, fazer desistir, esfriar o amor. Enfraquecendo-nos espiritualmente, pouco a pouco, ganha mais espaço. Daí a necessidade de vigiar e firmar-se na Rocha, esforçando-se para não olhar as circunstâncias ou problemas, mas mantendo firme nossa fé e esperança em Cristo.

Logo, para 2017 (e demais anos vindouros), desejo-lhe força (renove-a em Deus). Que seus joelhos não estejam fatigados a ponto de fazê-lo desistir. Que você não se deixe desanimar a ponto de parar de crer, louvar, orar e adorar.

Um 2017 firmado em Cristo! Mais do que nunca, firme-se na Rocha Eterna e inabalável. Ele é e tem tudo de que precisamos para "resistir nos dias maus" e "chegarmos lá", declarando sempre: "Ebenézer, até aqui nos ajudou o Senhor". Não podemos nos esquecer de quem é nosso Deus e do que somos nEle e com Ele. Um novo olhar, uma nova visão.

Cuide de sua vida espiritual. Alimente-se da Palavra. Deixe as distrações que roubam seu tempo de comunhão com Deus. Que O desejemos em cada passo de nosso dia a dia!

Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui.
Êxodo 33:15

Somos filhos de Deus por mérito de Cristo e servos por opção

Jesus nos dá o poder de nos tornarmos filhos de Deus. Somos filhos por causa dEle, por recebê-lo como o Messias, como o Filho de Deus, por crermos nEle:

"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1.12,13).

Por meio de Cristo, tornamo-nos parte da família de Deus, somos "adotados" por Ele:

"Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos." (Gl 4:4,5).

"Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1:4,5).

Pelo fato de O recebermos como tal, o enviado de Deus, o Filho do Deus vivo, O servimos. Por amor, por gratidão pela Sua dedicação a nós (na cruz e em todos os momentos, desde nossa criação até a vida eterna), por livre e espontânea vontade e opção.

Somos filhos, sim, graças a Deus, mas nos fazemos servos, pelo prazer e honra de servir ao Filho de Deus, o único e verdadeiro Deus!

"Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará" (Jo 12:26).

Filhos e servos. Não há contradição nisso. A filiação vem dEle; o servir, parte de nós.

A vida é mais do que vemos...

"Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao derredor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar" (1 Pedro 5:8). 

Quantas vezes nos esquecemos dessa realidade? Distraídos pelos problemas deste mundo, patentes aos olhos, não atentamos para a realidade espiritual das coisas.

O diabo sempre tentará nos destruir, direta e indiretamente; por isso, a necessidade da vigilância. Aquilo que está ao derredor nem sempre é perceptível à vista. Mas ele faz barulho, audíveis aos ouvidos e ao coração, para tentar nos assustar e abater. Não podemos nos esquecer quem somos em Cristo, e que Ele está conosco, todos os dias, até a consumação dos séculos. Mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando, aos olhos humanos, estamos sozinhos. Para cada rugida dele, declare a Palavra, como Jesus fez na tentação do deserto. É Deus quem fala por meio dela e Sua voz é como a voz de muitas águas, muito mais poderosa, grandiosa e assustadora do que a de um leão. Como também está escrito:

"Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês" (Tiago 4:7b), "Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos" (1 Pe 5.9).

Fique firme. Não desista. Agarre-se em Deus. Nele e com Ele, você pode. Nele e com Ele você consegue.

A correção é necessária

Hebreus: 12.7-13.

"É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além disto, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e os olhávamos com respeito; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, e viveremos? Pois aqueles por pouco tempo nos corrigiam como bem lhes parecia, mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo, porém de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ele têm sido exercitados. Portanto levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que é manco não se desvie, antes seja curado".

Ninguém gosta de ser disciplinado, mas a correção é necessária. Deus nos corrige, mostrando o certo e o errado. Achar que Deus nunca apontará nossos erros e pecados é um grande equívoco. É dEle o interesse maior em sermos dia a dia aperfeiçoados.

Hebreus: 3.12-15

"Vede, irmãos, que nunca se ache em qualquer de vós um perverso coração de incredulidade, para se apartar do Deus vivo; antes exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; porque nos temos tornado participantes de Cristo, se é que guardamos firme até o fim a nossa confiança inicial; enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação."

Bom dia!

Não se prostre!

"Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares."

Mateus: 4.8,9

É assim que satanás quer nos ver (ou ter): prostrados. Então nos enleva com as coisas do mundo para que, desejosos delas, façamos a sua vontade e, consequentemente, adoremos a ele e não ao Criador. Indiretamente, por meio das circunstâncias, das lutas e dificuldades do dia a dia, ele quer nos levar ao chão, destruídos emocional, física e espiritualmente. Não é de se estranhar que intente "matar, roubar e destruir", mas, por vezes, nos esquecemos disso e achamos que todo esse "peso" é algo normal, decorrente da correria do dia a dia. É fato que há cansaço e fadiga, mas não a ponto de nos derrotar, de nos desanimar, de nos deixar deitados numa cama ou estirados no sofá sem vontade nenhuma ou com vontade de fazer... nada. Prostrados.

Não permita que satanás te mantenha nessa condição. Não aceite cansaço extremo, desânimo extremo, desejos de morte, de desistência, de parar tudo, de fazer nada. Não permita que ele pare a obra de Deus em sua vida e por meio dela. Não desista!!! Levante-se na força do Senhor e, como Jesus, resista ao diabo, declarando: "Está escrito", "Está escrito", "Está escrito".

Há tantas promessas de Deus para nós! Leia-as, ouça-as, declare-as, creia. E jamais se esqueça: "Maior é o que está em nós, do que aquele que está no mundo" (1 Jo 4.4).

Amigos de Cristo

Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. Vocês serão meus amigos, se fizerem o que Eu lhes ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, Eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de Meu Pai Eu lhes tornei conhecido. (João 15:13-15)

Sabemos que O conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos. Aquele que diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos Seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à Sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. (1 João 2:3-5)

Podemos dizer ou pensar que somos amigos de Cristo, que verdadeiramente O amamos e O conhecemos; porém, se não obedecemos ao que Ele diz, também por meio de Sua Palavra, vivemos enganados. Não são as palavras que comprovam nosso compromisso e amor a Deus, mas nossas atitudes e obediência a Ele.

Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de meu Pai, e Eu o amarei, e me manifestarei a ele. (João 14:21)

Furacões...

O furacão Matthew está aí, causando estragos e mortes por onde passa. Famílias se preparam para enfrentá-lo, estocando água e alimentos, reforçando janelas e portas, deixando suas casas em busca de outros abrigos.

Na vida espiritual, quando vêm os furacões, não há como fugir. Também não adianta estocar às pressas água e alimento espiritual (a Palavra). Isso suprirá as necessidades dali em diante, mas não será algo em que possa se apoiar (sem Palavra dentro de si, como ter fé e confiar?).

O reforço espiritual já precisa estar dentro da casa, ou seja, dentro de nós. Na vida espiritual, o reforço das estruturas da fé se dá em um processo diário, ao longo de um tempo e do tempo:

"Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha." (Mateus: 7.24-5)

Nestes tempos, em que tempestades e furacões se aproximam, é preciso precaver-se, preparar-se para enfrentá-los, fortalecer-se. Engana-se quem acredita que poderá vencê-los sem perdas apenas por ser cristão. Se não fizermos nossa parte, como está escrito, seremos casa sobre areia e sucumbiremos.

"Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda." (Mateus: 7.26-27)

Não espere que os problemas cheguem para dar atenção à sua vida espiritual. Assim como cuida de seu físico e alma, alimentando-se, fazendo exercícios, passeando, distraindo-se, faça algo para fortalecer-se espiritualmente. Esforce-se para ter momentos com Deus, ler a Sua Palavra, meditar sobre ela e, acima de tudo, colocá-la em prática, vivendo o que ela ensina. Se assim proceder, não temerá os furacões e as más notícias, mas terá força e fé para passar por eles.